Uso do hormônio HCG para fins de emagrecimento

LEIA ISTO antes de continuar: https://icaro.med.br/hcg-aspectos-basicos-necessario/

Cada vez mais pacientes têm me perguntado sobre a famosa “dieta do HCG” para emagrecimento rápido, eficaz e “saudável”. O que eu acho? Tenho experiência com ela? Faz mal? Dá resultados?

MINHAS respostas preliminares são:

• Acho que fisiologicamente tem fundamento.
• Ainda não tenho experiência com ela.
• Pode fazer mal se for mal conduzida.
• Sim, dá resultados, mas se for mal aplicada ou acompanhada, pode ter um impacto negativo no organismo e metabolismo.

Assista meu dois vídeos sobre o assunto para entender melhor:

Por isso, decidi escrever este texto para tentar esclarecer vocês sobre o assunto. No entanto, antes de prosseguir, peço que invistam alguns minutos para ler os conteúdos presentes nos links a seguir. Isso ajudará a compreender melhor o que pretendo explicar posteriormente, já que esses primeiros links abordam as bases do método de forma clara e satisfatória:

https://oralhcg.com/pt/home/

EM INGLES: https://health.howstuffworks.com/wellness/diet-fitness/diets/hcg-diet.htm#pt3

Se vocês prestaram atenção, perceberam que mencionei acima tanto links que apresentam perspectivas favoráveis quanto desfavoráveis em relação ao método. Cada um desses links tem suas justificativas, com diferentes níveis de qualidade e adequação científica, para embasar suas análises. Fiz isso porque acredito que todos nós precisamos conhecer os diferentes pontos de vista para formar nossa própria opinião, preferencialmente embasada em informações sólidas. Quero ressaltar também que o método HCG não é novo, existe há mais de 50 anos, e continua sendo considerado polêmico mesmo sendo amplamente utilizado em todo o mundo. É importante mencionar que essa é apenas uma pequena amostragem, pois há milhares de textos, sites e opiniões disponíveis na internet sobre o assunto.

Antes de prosseguir com este texto, sugiro que você leia com atenção o conteúdo dos links mencionados acima.

Em seguida, complemento este texto com as minhas opiniões e comentários sobre o assunto. Afinal, fui eu mesmo que iniciei o protocolo para poder testá-lo, fiz diversas adaptações e já estou registrando muitas informações sobre ele para que possamos discutir.

Minha experiência “na própria pele”  e comentários gerais sobre ela

Como mencionei anteriormente, decidi testar o HCG juntamente com a dieta habitualmente recomendada, seguindo as orientações específicas para essa combinação. A seguir, compartilho minhas considerações com base no estudo que realizei sobre o assunto, assim como minha experiência pessoal com o protocolo:

1. Não pode ser utilizado por qualquer pessoa sem indicação e acompanhamento de médico e nutricionista funcional competentes (lembrando que somente o médico pode prescrever o HCG, pois trata-se de um hormônio).
2. A procedência do HCG e como ele foi preparado para consumo são aspectos muito importantes. Por exemplo, se for utilizado de forma sublingual, deve ser mantido sempre refrigerado e nunca aquecido antes de ser envasado (também está disponível na forma injetável, importado, pelo que sei). No caso da administração sublingual, é fundamental ressaltar que deve ser deixado de 5 a 10 minutos embaixo da língua para uma boa absorção.
3. As dietas que vi indicadas para acompanhar o método são quase todas com restrição total de carboidratos e gorduras, algo com o qual não concordo, pois não parecem estar de acordo com a fisiologia. Eu até tentei seguir essa abordagem por 2 dias, mas percebi que minha performance mental diminuiu consideravelmente. Por esse motivo, optei por restringir ao máximo os carboidratos e incluí apenas carboidratos complexos em pequenas quantidades nas refeições principais. Nas refeições intermediárias, costumo comer apenas uma maçã ou pêra, sem problemas. É importante lembrar sempre que o cérebro e o coração são muito sensíveis à hipoglicemia, que pode se tornar perigosa em níveis extremos.
4. Até o momento, perdi 2 kg de massa gorda e praticamente nada de massa magra. No entanto, ao contrário do que indicam, não parei de frequentar a academia e não tive uma perda de desempenho físico significativa. Isso pode ser atribuído à minha restrição incompleta de carboidratos.
5. Por definição, o HCG seria para melhorar o metabolismo (por exemplo, pela regularização dos níveis de testosterona) e para reduzir a perda de massa magra causada pela brutal baixa na glicemia (afinal, em condições de hipoglicemia, mecanismos hormonais atuam também para a quebra de aminoácidos, provenientes das proteínas, sobretudo musculares, para geração de glicose e energia), uma vez que as dietas mais comumente indicadas para acompanhar o HCG são de 500 a 800 calorias, mas sem carboidratos ou gorduras, ou seja, bastante severas.
6. Um dos grandes medos de quem faz qualquer dieta (e/ou uso de medicamentos/suplementos) é o efeito rebote/sanfona: recuperar todo o peso depois (pela volta à dieta habitual ou falta das substâncias utilizadas no organismo). Mas para isso conversei com 2 nutricionistas que se submeteram ao protocolo HCG (por menos de 20 dias) e ambas negaram que isso tenha acontecido e até ao contrário: relataram que por semanas o metabolismo parece ter ficado até melhor do que antes. Não sei como o meu vai ficar, mas posso informar-lhes depois…
7. Sobre o metabolismo, um colega endocrinologista me garantiu que as doses de HCG prescritas (que variam de 125 a 500 U/dia, pelo que estudei) não são grandes o suficiente para desequilibrar os hormônios de uma pessoa, mas parece que os níveis de testosterona melhoram. Além disso, sabe-se bem que os níveis altos de HCG e progesterona durante uma gestação normal costumam equilibrar o eixo hormonal da mãe. Ou seja, pressuponho que se o HCG, quando bem e conscientemente indicado para um paciente, tiver que exercer efeito mensurável sobre seus hormônios, tem tudo para ser positivo…
8. Os defensores do método comentam que o mesmo pode ser repetido após cada ciclo de uso do HCG, com duração máxima de 40 dias (período após o qual parece que o cérebro finalmente “descobre” que não há gravidez alguma e que, portanto, não precisa mais poupar as proteínas do usuário e consumir prioritariamente seus depósitos de gordura, em vigência de hipoglicemia). Recomenda-se um intervalo de 6 a 8 semanas entre os ciclos. Por segurança, esperarei 8 semanas antes de repetir, mesmo…
9. Utilizei apenas 125U pela manhã nos primeiros 2 dias e devo dizer que a partir do meio da tarde senti incômodo devido à fome e cansaço. Decidi então usar 125U ao acordar e mais 125U no meio da tarde, o que proporcionou um bom controle do apetite e um metabolismo aparentemente saudável, com boa disposição.

Por tudo isso, portanto:

Acredito que o HCG possa ser um bom aliado de uma dieta eficaz para maximizar seus efeitos (desde que a dieta restrinja ao máximo os carboidratos e recomende a total restrição de gorduras). O hormônio parece realmente otimizar o metabolismo e a termogênese, utilizando as gorduras como substrato ao mesmo tempo em que ajuda a preservar a massa muscular (bioimpedâncias seriadas mostraram que meus músculos foram poupados). No entanto, é importante ressaltar que nem todos podem usar o hormônio, e seu uso requer disciplina com bons hábitos de vida e um excelente acompanhamento profissional.

Um abraço