“A violência da calmaria, às vezes, é mais terrível que a travessia das tempestades” – Viviane Forrester
Muitos pensam que procurar um psicólogo é besteira, coisa de louco ou desnecessário, mas o que poucos sabem é que a psicoterapia é muito importante e necessária, principalmente em certos momentos da vida. Não é preciso 20 anos para superar traumas e se sentir bem consigo mesmo, mas alguns meses ou anos, sim.
É necessário ressaltar que o psicólogo não é conselheiro, amigo ou guia espiritual, muito menos pai ou mãe; é um profissional que busca auxiliar seus pacientes em sofrimento psíquico, seja ele leve ou grave. Certamente, você já ouviu alguém dizer que não precisa ir a um psicólogo porque já conversa com os amigos e tem com quem desabafar, ou que vai à igreja e sai de lá mais aliviado. No entanto, é importante entender que o trabalho desse profissional não é trazer alívio, paz, felicidade ou salvação espiritual, mas sim promover um aprofundamento em si mesmo, principalmente nas partes que menos se orgulha e tenta esconder, aquelas pelas quais mais sofre. Na verdade, busca-se esse tipo de serviço, fundamentalmente, por conta de um sofrimento e/ou doença psíquica. Não se procura um psicólogo apenas para ter com quem conversar, mas para tratar de um problema psicológico e também para enfrentar momentos muito difíceis.
Independente da história de cada um, todos têm questões difíceis de lidar, que causam instabilidade, sofrimento ou estagnação. Na maioria das vezes, segue-se com a vida sem grandes alardes. O problema começa a incomodar quando as soluções do tipo “cai, levanta e sacode a poeira” não são mais suficientes para, de fato, seguir em frente. É nesse momento que pensamentos ruins surgem, sentimentos negativos se instalam e os comportamentos já não condizem tanto com os propósitos. Perde-se o controle sobre si mesmo e a angústia toma conta de tudo na vida.
O psicólogo não é alguém que vai indicar qual caminho seguir, mas sim acompanhar numa travessia dolorosa que visa não apenas a melhora dos sintomas, mas, acima de tudo, um conhecimento de si mesmo, permitindo uma real autonomia e a possibilidade de soluções. Nesse processo, os sintomas deixam de ser tão necessários para expressar uma condição psíquica difícil. Esse profissional proporcionará um espaço e um momento para falar sobre emoções, pessoas, fatos e o desejo de melhoria, e assim, algo vai sendo construído, possibilitando um novo caminho para o paciente.
Não é apenas a vontade de se conhecer que leva alguém a buscar esse tipo de serviço, mas sim um anseio por mudança. A dor e o sofrimento impulsionam a reflexão sobre o tipo de vida que se deseja viver e o quanto se está disposto a mudar. Além disso, não se deve confundir comportamentos inadequados, falta de limites, tédio ou tristeza com psicopatologia. Portanto, em vez de ouvir o que as pessoas têm a dizer sobre sofrimento ou como se deve levar a vida, procure um psicólogo e fale sobre você. Talvez você realmente precise de um tratamento psicológico, ou de um que inclua outros profissionais e medicações; talvez não. O mais importante, porém, é buscar ajuda profissional, com conhecimento e técnica.