As linhas finas, rugas e perda de elasticidade são sintomas comuns associados com o envelhecimento da pele. O acúmulo de exposição ambiental e uma diminuição natural na renovação celular contribuem para outros sinais associados com a idade: pele seca e sem brilho1.

Certos cuidados podem melhorar a aparência jovem e saudável da pele.

O QUE É O COLÁGENO?

O colágeno é uma proteína formada por uma tripla hélice de aminoácidos que compõe as fibras de sustentação do corpo. É a proteína mais abundante do corpo humano, representando 25% do total de proteínas, sendo o maior constituinte do tecido conectivo, ou seja, da pele, tendões, cartilagem e ossos. O colágeno é sintetizado pelos fibroblastos (células da pele), condrócitos (células da cartilagem) e osteoblastos (células ósseas), e existem 23 tipos de colágeno, sendo que os tipos 1 e 3 são os que estão presentes na pele2,3.

Devido a sua forma, é uma proteína bastante elástica e, por isso, consegue exercer sua função de manter a resistência e elasticidade da pele, dos ossos, músculos, tendões e ligamentos, evitando fraturas, distensões e rompimentos nessas estruturas. A reparação constante da estrutura do colágeno favorece a manutenção do brilho e maciez da pele, evitando a formação de sulcos que originarão as rugas2,4.

É fácil perceber a deficiência de colágeno e de tecido conjuntivo na pele. As alterações, observadas com o avanço da idade, estão diretamente relacionadas às mudanças da qualidade e da quantidade de colágeno. O tecido conjuntivo, que serve como base estrutural, apresenta rigidez e menor elasticidade, gerando o aparecimento de atrofia, rugas e lassidão na superfície da pele1.

JUVENTUDE x ESTRESSE OXIDATIVO

O sol excessivo, cigarro e toxinas podem afetar a elasticidade da pele, mas outro fator também tem sido diretamente ligado ao envelhecimento cutâneo: a glicose. Ela é fundamental para a vida da célula, pois é o seu combustível, no entanto, observando a velocidade com que os indivíduos diabéticos envelhecem, notou-se que a exposição crônica a esse carboidrato simples estimula no corpo um processo chamadoglicação5.

A glicação é um processo químico que ocorre dentro do corpo no qual uma proteína (colágeno) e um carboidrato (glicose) se reagem ao se encontrarem. Essa ligação faz com que o colágeno seja destruído e perca sua função de sustentabilidade6-8. Evidências também mostram que as reações de glicação são aceleradas pelo estresse oxidativo (veja quadro a lado) nas células da pele9, que age como fator central nos eventos que desencadeiam o envelhecimento cutâneo na célula4.

O QUE É O ESTRESSE OXIDATIVO? (quadro explicativo ao lado)

“O oxigênio que respiramos gera naturalmente compostos oxidantes dentro de nossas células. Esse é um processo necessário para a formação de energia e para que as células se mantenham vivas. Para combater esses compostos, o corpo desenvolveu um sistema antioxidante, ou seja, um sistema parecido com “sujou, lavou”. São enzimas, proteínas, vitaminas e minerais que recuperam a célula e mantém nossa vivacidade. Com o tempo, o corpo já não é mais o mesmo e não consegue se recuperar facilmente, necessitando de uma ajuda externa para reparar seus tecidos.”10

 

Os famosos “radicais livres” são capazes de quebrar as proteínas (colágeno), alterar o ciclo de renovação da pele, danificar o DNA e promover a liberação de citocinas inflamatórias – os principais gatilhos na geração de alterações inflamatórias da pele4,11-14.

COLÁGENO E FATORES HORMONAIS

Além de apresentar uma quantidade de colágeno menor que os homens, as mulheres sofrem com a questão hormonal. A deficiência de hormônios sexuais  (estrógeno, testosterona, DHEA) e de hormônio do crescimento que ocorre no sexo feminino por volta dos 45-50 anos reduz a produção de fibroblastos (células que produzem colágeno). Sem elasticidade dos tecidos, o sangue não percorre nas mesmas velocidade e fluxo, reduzindo o aporte sanguíneo para as células, a pele e as glândulas sebáceas. Estes hormônios em particular possuem grande influência sob a pele15-23.

AVANÇO DA IDADE, GLICAÇÃO, ESTRESSE OXIDATIVO E QUEDA HORMONAL: O QUE POSSO FAZER PARA COMBATÊ-LOS?

Juntos, esses processos são os responsáveis por deteriorar o colágeno da pele, esgotar as reservas de vitamina A e C e de todos os outros estoques de antioxidantes que produzimos e ingerimos para manter a pele bonita. Eliminar os fatores primários e fornecer os nutrientes certos para a reparação normal da pele e das suas células é evidenciado em diversos estudos científicos. Diante disso, a área da Nutrição aproveita-se dos benefícios do colágeno hidrolisado, ou dos Peptídeos de Colágeno, aminoácidos específicos que atuarão no local desejado do corpo, apresentando muitos benefícios.

O QUE SÃO OS PEPTÍDEOS DE COLÁGENO?

Os Peptídeos de Colágeno são pequenos agrupamentos de aminoácidos obtidos do colágeno tipo 1, através de processo produtivo que utiliza tecnologia de ponta e controles rígidos de hidrólise química e enzimática. Desta forma, facilita-se a absorção do colágeno e sua chegada na pele3.

DE QUE FORMA ELES MELHORAM A PELE?

Os peptídeos de colágeno têm-se mostrado muito eficaz na melhora do aspecto da pele. Estudos avaliaram a ingestão de 10g de peptídeos de colágeno por dia, comparados com o grupo controle que não consumiu esta proteína. Foram obtidos resultados surpreendentes, dentre os quais: aumento da hidratação da pele em 28% para 91% do grupo após oito semanas de consumo, redução de 41% das microrrugas para 77% do grupo após seis semanas de consumo, e redução de 17% do total da superfície enrugada para 68% do grupo após 12 semanas. Já o grupo controle apresentou aumento de 30% nas rugas profundas após as 12 semanas de estudo. Portanto, a ingestão de peptídeos de colágeno está intimamente ligada aos indicadores de beleza de pele, tais como aumento da hidratação, melhoria da maciez, graças à redução de microrrugas e prevenção de rugas profundas. Estes benefícios estão ligados ao estímulo da produção do colágeno endógeno provocado pelo consumo dos peptídeos, graças a sua composição única de peptídeos e aminoácidos3.

Eles podem agir como uma fonte de proteína, mas contêm aminoácidos específicos e essenciais à pele. Veja o quadro abaixo:

COMPARAÇÃO ENTRE OS VALORES MÉDIOS DE AMINOÁCIDOS DE TRÊS FONTES PROTEICAS3

% de aminoácidos

Peptídeos de colágeno

Proteína concentrada do soro do leite

Proteína isolada de soja

Ácido glutâmico

11

13

19

Glicina

20

1,5

4

Hidroxiprolina

12

0

0

Prolina

13

4

5

 

SUPLEMENTAÇÃO COM PEPTÍDEOS DE COLÁGENO, VITAMINAS E MINERAIS

Nem sempre a alimentação pode ser suficiente para fornecer a quantidade ideal de nutrientes que nosso organismo precisa a partir 30 anos ou diante dos sinais, como os citados acima.

Proksch e colaboradores realizaram um estudo com o objetivo de avaliar se o colágeno hidrolisado é eficaz nos parâmetros relacionados com o envelhecimento cutâneo. O estudo avaliou 69 mulheres com idade entre 35 e55 anos. Os pesquisadores observaram que a suplementação de 2,5 g ou 5,0 g de colágeno hidrolisado uma vez ao dia durante oito semanas melhorou significativamente a elasticidade da pele das mulheres participantes24. Entretanto, os pesquisadores ressaltam que a formação de colágeno na pele, seja proveniente tanto da alimentação quanto da suplementação, é associada com a ingestão de outros nutrientes, como a vitamina C e silício25-27.

A suplementação de peptídeos de colágeno está intimamente ligada aos indicadores de beleza de pele, tais como aumento da hidratação, melhoria da maciez, graças à redução de microrrugas e prevenção de rugas profundas28,29. Estes benefícios estão ligados ao estímulo da produção do colágeno endógeno provocado pelo consumo de peptídeos de colágeno, graças a sua composição única de peptídeos e aminoácidos3, 28,29.

 

REFERÊNCIAS

1Varani J,Dame MK, Rittie L, Fligiel EG, Kang S, Fisher GJ, Voorhees JJ. Decreased Collagen Production in Chronologically Aged Skin. American Journal of Pathology, Vol. 168, No. 6, June 2006.
2Lodish H, Berk A, Zipursky SL, et al. Molecular Cell Biology. 4th edition. New York: W. H. Freeman; 2000. Section 22.3, Collagen: The Fibrous Proteins of the Matrix. Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK21582/
3Rousselout. Benefícios da ingestão de Peptídeos de Colágeno Peptan™.
4Masaki, H., et al. Role of antioxidants in the skin: anti-aging effects. J Dermatol Sci (2010): 85-90.
5van Boekel MA. The role of glycation in aging and diabetes mellitus. Mol Biol Rep. 1991 May;15(2):57-64.
6Pageon H et al. Collagen glycation triggers the formation of aged skin in vitro. Eur J Dermatol. 2007 Jan-Feb;17(1):12-20. Epub 2007 Feb 27.
7Pageon H et al. Reconstructed skin modified by glycation of the dermal equivalent as a model for skin aging and its potential use to evaluate anti-glycation molecules. Exp Gerontol. 2008 Jun;43(6):584-8. Epub 2008 Apr 7.
8Pageon, H. “Reaction of glycation and human skin: the effects on the skin and its components reconstructed skin as a model.” Pathol Biol . (2010): 226-31.
9Kikuchi S et al. Glycation–a sweet tempter for neuronal death. Brain Res Brain Res Rev. 2003 Mar;41(2-3):306-23.
10Barbosa KB, et al. Estresse oxidativo: conceito, implicações e fatores modulatórios. Rev. Nutr. vol.23 no.4 Campinas July/Aug. 2010.
11Burke, KE., et al. “Synergistic damage by UVA radiation and pollutants.” Toxicol Ind Health (2009):219-24.
12Fisher, et al. “Collagen fragmentation promotes oxidative stress and elevates matrix metalloproteinase-1 in fibroblasts in aged human skin.” Amer J Pathol (2009) 101-114.
13Pascucci, et al. “Role of nucleotide excision repair proteins in oxidative DNA damage repair: an updating.” Biochem (2011): 4-15.
14Rock, K., et al. “Collagen fragments inhibit hyaluronan synthesis in skin fibroblasts in responseto ultraviolet B (UVB): new insights into mechanisms of matrix remodeling.” J Biol Chem (2011): 18268-76.
15Chahal, HS., et al. “The endocrine system and ageing.” J Pathol (2007):173-80.
16Makrantonaki, E., et al. “Skin and brain age together: The role of hormones in the ageing process.” Exp Gerontol (2010): 801-13.
17Makrantonaki, E., et al. “Androgens and ageing of the skin.” Curr Opin Endocrinol Diabetes Obes (2009): 240-5.
18Ramos-e-Silva, M., et al. “Elderly skin and its rejuvenation: products and procedures.” J Cosmet Dermatol. (2007): 40-50.
19Verdier-Sévrain S.”Effect of estrogens on skin aging and the potential role of selective estrogen receptor modulators.” Climacteric. (2007): 289-97.
20Hall G, et al. “Skin and hormone therapy.” Clin Obstet Gynecol (2004): 437-449.
21Phillips, T J., et al. “Hormonal effects on skin aging.” (2001): 661-672.
22Kanda, N., et al. “Regulatory roles in sex hormones in cutaneous biology and immunology.” J Dermatol Sci (2005): 107.
23Raine-Fenning, NJ., et al. “Skin Aging and menopause; implications for treatment.” (2003); 371-8.
24Proksch E, Segger D, Degwert J, Schunck M, Zague V, Oesser S. Oral supplementation of specific collagen peptides has beneficial effects on human skin physiology: a double-blind, placebo-controlled study. Skin Pharmacol Physiol. Epub 2013 Aug 14.
25Orbe J, Rodríguez JA, Arias R, Belzunce M, Nespereira B, Pérez-Ilzarbe M, Roncal C, Páramo JA. Antioxidant vitamins increase the collagen content and reduce MMP-1 in a porcine model of atherosclerosis: implications for plaque stabilization. Atherosclerosis. 2003 Mar;167(1):45-53.
26Boyera NGaley IBernard BA. Effect of vitamin C and its derivatives on collagen synthesis and cross-linking by normal human fibroblasts.Int J Cosmet Sci. 1998 Jun;20(3):151-8.
27Peterkofsky B. Ascorbate requirement for hydroxylation and secretion of procollagen: relationship to inhibition of collagen synthesis in scurvy. Am J Clin Nutr. 1991 Dec;54(6 Suppl):1135S-1140S.
28Zague V, de Freitas V, da Costa Rosa M, de Castro GÁ, Jaeger RG, Machado-Santelli GM. Collagen hydrolysate intake increases skin collagen expression and suppresses matrix metalloproteinase 2 activity. J Med Food. 2011;14(6):618-24.
29Faipoux, R. 2007. Characterization of the satieting effect of proteins and central mechanism implicated – Particular case of the yeast peptides and proteins. INA – Paris- -Grignon
30Zague V. A new view concerning the effects of collagen hydrolysate intake on skin properties. Arch Dermatol Res. 2008;300(9):479-83.