Até que Enfim!
Recebi esta imagem em um grupo de colegas médicos mais convencionais, muitos deles verdadeiros alopáticos, e fiquei feliz ao ver que, finalmente, a medicina está começando a despertar para a necessidade de focar seus esforços em promover saúde e não apenas tratar doenças. Está se voltando para o bem-estar, e não só para o controle de sintomas. Isso é ótimo para os pacientes, especialmente aqueles que dependem da medicina de “convênios” e do SUS, que são necessários e muito nobres quando praticados com real interesse no bem do paciente. Parece que este movimento, ainda tímido e pouco evidente na medicina comum e que tem menos de 10 anos, já vem sendo enfatizado, pregado e praticado por aqueles que buscam uma abordagem mais funcional, holística e integrativa da medicina há décadas.
Eu, Dr. Icaro Alves, me formei em Medicina pela UnB há quase 20 anos, época em que era uma das melhores faculdades de Medicina do país. Tivemos alguns dos melhores médicos do país como professores e, na disciplina de Semiologia (como colher a História Clínica, abordar e examinar um paciente, em geral), aprendemos que o primeiro contato com um paciente deveria começar com uma “pergunta geral”, que permitisse ao paciente falar sobre seu sofrimento e descrevê-lo, fornecendo pistas importantes para o diagnóstico. Esse ensinamento é nobre, mas acho que a “pergunta inicial” que aprendemos não é a mais adequada. Ao invés de perguntar “o que você está sentindo?”, o médico deveria perguntar “como eu posso ajudar?”. Esta simples mudança pode alterar o foco da doença para a ênfase no profissional de saúde como alguém realmente interessado em ajudar o paciente a recuperar, manter e melhorar sua saúde.
Mais tarde, eu mesmo me tornei professor da graduação e pós-graduações em Semiologia e Exames Complementares, entre outras matérias. Sobre como ouvir e abordar o paciente, rapidamente aprendi e ensino isso há mais de 15 anos, em cursos e palestras por todo o país: se nós, profissionais de saúde, deixarmos o paciente falar por pelo menos um minuto no começo da consulta, sem interrompê-lo e atentamente, após perguntar “Como posso ajudar?” ou “Como posso ser útil para você?”, ele nos dirá o mais importante para sabermos como ajudá-lo, chegar aos diagnósticos e tratar de forma mais eficaz e humana. Basta depois detalhar melhor o que foi dito.
Na minha opinião, os melhores médicos realmente focam na saúde, apoiando verdadeiramente o paciente em seu processo de melhoria do corpo, mente, espírito e relações sociais. Esta é a definição de saúde, conforme pode ser visto em www.icaro.med.br/4Pilares. Desde a primeira pergunta no consultório até a interação com o paciente, passando pelo tempo e qualidade da avaliação, exames, diagnósticos, orientações e tratamentos, o foco deve ser sempre na saúde do paciente.
Existem exceções? Claro que sim! Mas é importante conhecermos bem “a regra” para escolhermos melhor quem cuidará de um dos nossos bens mais preciosos: a nossa saúde.