Recentemente uma paciente foi consultada por mim mostrando um Teste de Intolerância a Lactose que seu Cardiologista havia pedido para ela e que, após analisa-lo, havia dito-lhe que “estava normal”… Mas não estava! Distração? Talvez. Não saber ao certo como interpretar o exame? Talvez. Qualquer que seja o motivo, o fato é que ela, a paciente, por interpretação equivocada do #profissionaldesaude, estava ingerindo leite e derivados normalmente, que fazem-lhe mal, porque um profissional deixou de informa-la sobre sua intolerância. Sugestão: #EscolhaBemSeusProfissionais
A Lactose é um açúcar, do tipo dissacarídeo, presente nos leites de origem animal (como de vaca, cabra, búfala, etc): leites vegetais não contêm lactose; um dissacarídeo é composto por 2 monossacarídeos ligados: no caso da lactose, glicose + galactose. Em uma pessoa que digira adequadamente a lactose, por ter e secretar quantidades suficientes da enzima lactase (em sua forma normal ativa, que quebra a lactose nestes 2 açúcares) nos intestinos, a lactose será quebrada nestes 2 açúcares simples e a glicose atravessará a barreira intestinal, chegando ao sangue, onde elevará a glicemia; nos intolerantes, a fermentação da lactose não digerida é feita principalmente por bactérias “ruins” e gera gases, desconforto, má digestão e absorção dos demais alimentos, inflamação, etc.
No teste de Intolerância à Lactose, o paciente em jejum toma uma grande quantidade de lactose de uma só vez e faz dosagens de glicemia (glicose no sangue) logo antes de ingerir e 30, 60 e 120 minutos após: se não for intolerante, sua glicemia aumentará mais que 20 pontos em relação ao seu valor basal: por exemplo, se sua glicemia de jejum é de 80 mas 60 min. após ingerir a lactose chega a 108, este paciente não é intolerante a lactose; entretanto, se nenhuma das medidas após tomar aumenta mais que 20 pontos ante o jejum, isto significa que o paciente não “quebra” lactose direito e, portanto, é intolerante. #SimplesAssim
Sabemos que, em pessoas “normais” (quanto à produção de lactase), aumentos de lactose nos intestinos aumentam a produção de lactase MAS isto tem um limite e cada vez mais pessoas não conseguem digerir direito o leite e derivados, mesmo em quantidades pequenas; a maioria dos adultos já não digere mesmo (mais de 60%) e cada vez mais crianças acima dos 7 anos também já começam a apresentar “mais precocemente” a deficiência de lactase, levando a problemas diversos que incluem causar ou agravar distúrbios e doenças como “ites” pelo corpo, alergias, má nutrição, transtornos de humor, refluxo, etc.
Só entenda que não ter intolerância a lactose NÃO garante que leite não te faça mal! Até porque leite faz mal para a maioria das pessoas por vários mecanismos diferentes, que costumam ocorrer combinados:
– Aumenta a produção de muco, em várias partes do corpo (vias aéreas, seios da face, ouvido, pulmões, vagina, intestinos, trato urinário, etc), o que pode levar a maior facilidade de reações locais e inflamações;
– Alergia ou intolerância às proteínas do leite (são várias, sendo a mais problemática a caseína)
– Intolerância à lactose (explicada acima)
Minha dica é que você faça exames “mais completos” pelo menos a cada ano e que seja acompanhado por profissionais que saibam interpreta-los e correlaciona-los direito com seus sintomas e objetivos em Saúde!
#FicaADica
Boa semana!
Icaro Alves Alcântara
Médico
61 – 996467775 e 32349069