Escrito por Ana Nery Brigagão – Nutricionista (CRN 1638)
NUTRIÇÃO FUNCIONAL
A alimentação é um dos fatores comportamentais que mais influenciam a nossa qualidade de vida. Cada vez mais, confirmamos que uma alimentação adequada e equilibrada é fundamental para manter o organismo saudável e prevenir doenças.
Nos últimos 40 anos, o nosso hábito de vida sofreu grandes transformações. A chamada “vida moderna” provocou alterações no estilo de vida, aumentou o estresse, mudou hábitos alimentares, expôs o organismo à poluição, agrotóxicos e produtos químicos. Tudo isso resultou em sobrecarga ao organismo, que precisa de mais nutrientes para realizar suas funções. Além disso, a falta de tempo para o preparo de alimentos, a quantidade de refeições feitas fora de casa, o aumento no consumo de produtos industrializados e de alimentos com alto teor de açúcares e gorduras criaram uma epidemia de carência nutricional.
O nosso organismo é formado por cerca de 100 trilhões de células e renovamos 50 milhões destas diariamente. Estas células são formadas exclusivamente por nutrientes e fitoquímicos que são fornecidos pela alimentação diária, e é exatamente essa matéria-prima que fornecemos para a renovação celular que irá determinar o resultado, bom ou ruim, do novo tecido que teremos. Como consequência desses fatores, estudos levaram ao aparecimento da Nutrição Funcional.
A Nutrição Funcional visa promover e recuperar a saúde das pessoas de maneira individualizada, e é fundamental avaliar as necessidades de cada indivíduo, e também os sinais e sintomas apresentados por essas pessoas.
Os profissionais que atuam na Nutrição Funcional indicam alimentos funcionais no seu hábito alimentar diário. Esses alimentos contêm substâncias ou nutrientes que fornecem benefício à saúde, seja na prevenção ou no tratamento de diversas doenças.
Ter uma alimentação orientada por um Nutricionista Funcional significa que a pessoa receberá sugestões nutricionais levando em consideração a sua história de vida, como: gestação, aleitamento materno, o uso de medicamentos, traumas emocionais ou físicos, histórico de doenças e tratamentos, histórico de doenças familiares (tendência genética), avaliação de exames bioquímicos, investigação de sinais e sintomas, e observação de intolerâncias alimentares e erros alimentares.
Consideramos que os nutrientes e fitoquímicos dos alimentos executam funções específicas no organismo e, conhecendo esses processos, podemos detectar os desequilíbrios funcionais. Esses desequilíbrios são alterações nas funções orgânicas, causadas por carências nutricionais e sobrecarga do sistema imunológico, além da diminuição da capacidade do organismo de eliminar toxinas. Esses desequilíbrios podem desencadear distúrbios que afetam tanto a saúde física, como mental e emocional.
Os distúrbios funcionais se manifestam por meio de: enxaqueca, insônia, depressão, hiperatividade, distúrbios de concentração e aprendizagem, alterações de humor, ansiedade, compulsões, irritabilidade, problemas gastrointestinais, rinites, sinusites, dores musculares e articulares, fadigas inexplicáveis, dermatites, doenças autoimunes, obesidade, entre outras. Dessa forma, a Nutrição Funcional possibilita tratar efetivamente as CAUSAS desses distúrbios, restabelecendo o equilíbrio orgânico e PREVENINDO novos problemas.
Princípios da Nutrição Clínica Funcional:
- Individualidade bioquímica;
- Modulação da expressão gênica pelo meio e pelo nutriente;
- Tratamento centrado no paciente e não na doença, identificando e tratando causas e não apenas sintomas;
- Interconexões dos fatores fisiológicos;
- Equilíbrio nutricional evitando-se carências e excessos;
- Saúde como vitalidade positiva.