Baseado na experiência de milhares de palestras ministradas, centenas de textos escritos e na troca de informações advinda de tudo isso em quase 20 anos de profissão, a dica mais simples e efetiva de produtividade que posso dar é: cuide melhor de si mesmo. Afinal, quem pode “produzir” se sequer se sente bem ou tem condições reais para isso? Ou seja, é produtivo quem busca e mantém condições para isso, aliando força de vontade, conhecimentos, ações bem planejadas e saúde para colocar em prática tudo isso!
Se uma empresa ou instituição deseja ser bem-sucedida, precisa primeiro compreender que é formada por pessoas. Mesmo que esteja repleta de máquinas e processos automatizados, sempre existem pessoas operando tudo isso. Se estas pessoas não estiverem em suas melhores condições para atuar, nunca poderão prover os melhores resultados possíveis. Em outras palavras, uma empresa ou instituição que almeja bons resultados precisa garantir que seus atuantes – funcionários, servidores, colaboradores, empregados (ou qualquer outro termo utilizado) – tenham as melhores condições de trabalho.
Em essência, uma pessoa atua melhor quando está bem: quanto melhor se sente, melhor é o seu desempenho. Bem-estar e saúde são conceitos que caminham juntos. Isso significa que as pessoas mais produtivas, não apenas em termos de quantidade e qualidade, mas também em prazo e durabilidade (por quanto tempo conseguem manter uma boa produtividade), são aquelas que gozam de melhor saúde. Surge então a questão: como alcançar essa saúde ideal?
A Organização Mundial de Saúde (OMS) define saúde “não apenas como a ausência de doença, mas como a situação de perfeito bem-estar físico, mental e social”. Eu diria que esta definição é incompleta, já que a perfeição destes fatores é praticamente impossível para 99% das pessoas, ainda que tenhamos que sempre buscar o melhor para nós, certo? E falta um importante fator: o espiritual; afinal, somos corpo comandado por uma mente que formata e obedece a determinações do nosso espírito. Portanto, obtém e mantém saúde e, por isso, produtividade, naturalmente quem dá a devida atenção e conquista ou recebe condições para isto a estes três aspectos: seu bem-estar de corpo, mente e espírito, devendo os três estarem realmente bons, já que o desequilíbrio de um impacta negativamente nos demais, prejudicando o todo-produtivo.
Ou seja, se sua empresa ou instituição “vai bem”, possivelmente você ou seus gestores estão acertando nestes quesitos junto aos seus colaboradores, certo? Errado. Atendo regularmente pessoas que trabalham em empresas e instituições com setores de filosofia ou comportamento “predatório” (curiosamente, até já dei palestras em algumas delas, mas os conhecimentos aparentemente não foram devidamente aplicados em nível corporativo), onde os empregados são literalmente sugados e explorados ao máximo e, quando exaustos ou doentes, simplesmente são trocados por novos colaboradores… Más notícias para estas empresas ou instituições: inúmeros dados e estudos recentes demonstram inequivocamente que estas estão “com os dias contados” por vários motivos, mas sobretudo pelo que bem diz Augusto Cury: “o mais importante em uma empresa são seus empregados”, até porque são eles quem, através do seu trabalho, produzem e trazem resultados, sobretudo os desejados lucros, quando conseguem trabalhar bem.
Fala-se muito em boa remuneração sempre como um dos fatores mais almejados, fator este que está cada vez mais perdendo espaço para, por exemplo, qualidade e conforto no trabalho, com bom clima organizacional e tratamento mais humano, segundo dados e estudos recentes. Mas, quando “ganhar bem” em termos financeiros significa ter que sacrificar a saúde recorrentemente para merecer este “ganho”, estamos diante de um conceito de produtividade-suicida. Seiti Arata, no programa Produtividade Ninja, discute bem este conceito, que é insustentável a médio e longo prazo, tanto para a empresa ou instituição quanto para o empregado, sendo este último o maior prejudicado por isso e, em algumas vezes, de maneiras irreversíveis para sua vida.
Por isso, reitero a simples dica inicial deste texto para que sua empresa ou instituição tenha real e sustentável produtividade, que só é possível quando baseada em bem-estar e saúde: trate bem seus empregados e cuide para que tenham, ao máximo possível, bons hábitos de vida. Dê-lhes conhecimentos e condições efetivas para isso e, junto à bagagem e treinamentos técnicos-específicos (é claro que esta é também fundamental), sua empresa tem tudo para “dar certo” e obter cada vez mais produtividade, resultados e sucesso.
Gratuitamente, este material pode ajudar empresas/instituições que queiram iniciar este processo de valorização do seu maior patrimônio: o humano, a saúde e bem-estar dos seus empregados (lembre-se sempre: produz bem e melhor quem se sente bem).