EXAMES COMPLEMENTARES – O que é importante levar em consideração
Este roteiro básico foi o que utilizei recentemente para ministrar aula sobre o assunto na disciplina de Análises Clínicas para o curso de Medicina, na UNICEPLAC (antiga FLACIPLAC). Espero que ajude a todos, de alguma forma!
✅ Sem conhecimentos básicos de Anatomia, Fisiologia, Bioquímica/Biofísica e Patologia, pouco adiantam e podem até levar a condutas inadequadas;
✅ Exames são como fotos dos pacientes no momento em que foram colhidos, ou seja, exames “antigos” não mais refletem o indivíduo na atualidade;
✅ Sempre correlacionar os exames solicitados com a clínica do paciente (seus sinais, sintomas e patologias);
✅ “A clínica é soberana”.
Como diria Paul Ling Tai, o exame é um pedaço de papel sobre o paciente e não o paciente que deve ser tratado! Se exames completos e “profundos” contrariam suspeita clínica muito forte, o ideal é tratar baseando-se nesta;
✅ Não solicite o que você não sabe interpretar – Os resultados podem até confundir;
✅ Hábitos de vida ruins podem levar a várias alterações nos exames e nem por isso medicamentos são necessários, muitas vezes;
✅ Parâmetros “ortomoleculares” são diferentes (menos “bonzinhos”).
Na minha prática diária, em geral, utilizo a “Regra do ideal acima de 50%” entre os valores convencionais informados;
✅ Oriente seu paciente a escolher bons laboratórios para realizar seus exames: afinal, qual a confiabilidade de exames feitos “em qualquer lugar”?
✅ Na dúvida, melhor pecar por excesso do que por falta;
✅ Checar se o que está sendo solicitado é o mais adequado para avaliar o que se quer investigar.
Por exemplo, em um exame geral, o Magnésio é importante mesmo dentro da célula: é pouco informativa sua dosagem alta ou normal no sangue; o GH varia muito durante o dia e por isso por vezes é melhor dosar um dos seus metabólitos mais estáveis, como IGF-1;
✅ Por vezes, vários exames são necessários para a avaliação de determinado parâmetro:
Ferro é melhor avaliado pela sua dosagem, hemograma completo, ferritina, transferrina e capacidade de fixação de ferro; o fígado é melhor avaliado por TGO, TGP, gama-GT, coagulograma e lipidograma completos.
✅ Hormônios atuam em todo o organismo e “uns nos outros”; portanto, quando eles são o foco, a avaliação ideal é mais completa.
Por exemplo, quando um caso não evolui, pode ser boa ideia “lembrar” da tireoide e adrenais.
Um abraço!
Ícaro Alves Alcântara