Com o advento e popularização das chamadas redes sociais (Facebook, Instagram, X (antigo Twitter), e cia), a informação ficou ainda mais acessível e abundante. Porém, aumenta-se tanto a disponibilidade de conteúdos confiáveis quanto, infelizmente e ainda mais, daqueles não tão confiáveis assim. Foi o que pude mais uma vez comprovar recentemente.
Há algum tempo atrás estava olhando meu X (antigo Twitter) e Facebook e fiquei surpreso com as afirmativas de um colega médico “atacando” a “Medicina Ortomolecular”. Seus comentários não mostraram qualquer embasamento científico e foram feitos de forma sensacionalista. Além disso, sendo o colega renomado em sua especialidade, deve (ou deveria) estudar muito antes de emitir uma opinião. Porque:
1 – Ortomolecular, Biomolecular e Oxidologia são termos sinônimos.
2 – A estratégia Ortomolecular atua na prevenção e no tratamento das doenças, desintoxicando, suprindo carências e combatendo os radicais livres. Para quem quer mais detalhes sobre o assunto, sugiro acessar:
🔗 https://icaro.med.br/um-pouco-mais-sobre-ortomolecular-e-por-que-funciona-tao-bem/
🔗 https://icaro.med.br/ortomolecular-tire-todas-as-suas-duvidas-sobre/
3 – O Conselho Federal de Medicina (CFM), entidade máxima que regulamenta a Medicina no Brasil, reconhece a utilidade e eficácia da Ortomolecular, através da sua Resolução número 2004 de 2012, disponível para consulta no link https://portal.cfm.org.br/images/stories/pdf/res2004.pdf, o que comprova ter esta abordagem valor estabelecido junto à comunidade médica brasileira.
4 – Entre os principais países do mundo, somente no Brasil a Ortomolecular enfrenta tanta resistência para ter seu valor totalmente reconhecido em Medicina. Basta notar que a maioria dos milhares de trabalhos que a respaldam são de outros países. Vale notar também que muitos destes são trabalhos nas áreas de Cardiologia, Endocrinologia e Ginecologia, por exemplo, ou seja, foram feitos para áreas específicas mas respaldam estratégias ortomoleculares. Pessoalmente, acredito que não tardará para a Ortomolecular ter seu reconhecimento como área e/ou especialidade médica, tendo em vista o peso das milhares de evidências científicas constantemente submetidas à análise cuidadosa do CFM; tudo a seu tempo!
5 – O “criador” das bases da estratégia ortomolecular, Linus Pauling, é vencedor do Prêmio Nobel de Química de 1954 e do Nobel da Paz em 1962, tendo vivido 93 anos com saúde (e vitória sobre doenças até consideradas letais) aplicando em sua vida o que deixou como legado científico. No Brasil, os principais expoentes e pioneiros da abordagem ortomolecular possuem currículos extensos, além de especialidades em diversas áreas da Medicina, incluindo membros da Academia Nacional de Medicina, professores de universidades conceituadas, PhDs em suas áreas primárias e pesquisadores de renome nacional e internacional. Com certeza, profissionais deste gabarito não dedicariam seus tempos, imagens e empenhos a algo que não fosse científico, útil, benéfico para a sociedade e, ao mesmo tempo, confiável.
6 – Todo médico que se preocupa com mais aspectos da vida do seu paciente do que somente suas doenças, sinais e sintomas, mesmo que de forma inconsciente, está pondo em prática preceitos da Ortomolecular. Isso inclui promoção de hábitos saudáveis de vida, melhoria da alimentação, redução da exposição a toxinas, gerenciamento do estresse e qualidade do sono, por exemplo.
7 – Vários medicamentos lançados pela indústria farmacêutica nos últimos anos já eram prescritos, há décadas, por médicos que praticam a ortomolecular, geralmente com bons resultados. Exemplos incluem o ácido tióico, muito indicado para diabetes, a niacina, para controle do colesterol, e a arginina, para cansaço crônico, entre muitos outros.
8 – O valor da Ortomolecular para a saúde da população é tão evidente que cada vez mais médicos (e até nutricionistas) procuram pós-graduações no Brasil. Nas turmas, encontram-se profissionais das mais variadas especialidades: cardiologistas, endocrinologistas, oftalmologistas, anestesistas, dermatologistas, ginecologistas, intensivistas e até homeopatas. O que todos têm em comum? A vontade de aprender mais e de se especializarem melhor em benefício da comunidade, visto que o conhecimento adquirido será inteiramente útil para a abordagem e tratamento mais eficazes de seus pacientes. Afinal, saber nunca é demais, especialmente quando se trata de algo tão precioso quanto a saúde.
9 – Nenhum colega médico que incorpore práticas ortomoleculares à sua atividade profissional diária perde sua especialidade primária; ele continua sendo especialista em sua área de origem, porém com o diferencial de saber um pouco mais sobre saúde. Isso não é, por si só, bom e benéfico para os seus pacientes?
10 – Muitos colegas médicos sentem-se incomodados, como se um praticante da Ortomolecular fosse “roubar” seus pacientes ou enganá-los de alguma forma com algo ineficaz ou mesmo danoso. A esses colegas, respondo que, se buscassem estudar um pouco a Ortomolecular, veriam que a intenção não é lesar ninguém, mas sim utilizar os conhecimentos de Bioquímica para melhorar os resultados em consultório. Além disso, tudo o que é feito em Ortomolecular é respaldado por inúmeros trabalhos científicos de aceitação internacional.
11 – Você aceita a opinião de quem não entende o mínimo necessário sobre um assunto em questão? A maioria das pessoas não. O motivo é simples: como criticar algo que está fora do conhecimento? A crítica emitida será muito possivelmente inadequada, pouco confiável ou mesmo leviana e até difamatória. Em Medicina, não é diferente: como alguém pode criticar uma forma de diagnóstico ou tratamento sem estudar minimamente o assunto? E em um panorama de Medicina em que cada vez mais se busca o conhecimento de áreas mais específicas, perdendo-se frequentemente a visão do todo, e mesmo que o conhecimento já adquirido não se perca, a falta de atualização em outras áreas vai aos poucos comprometendo a compreensão adequada das áreas não mais estudadas. Talvez por isso, a sabedoria popular diga muito bem que o médico é um eterno estudante.
12 – É claro que há bons e maus profissionais em qualquer área ou especialidade médica, mas aqueles que praticam a Ortomolecular de forma correta normalmente obtêm bons resultados, pois os procedimentos que utilizam estão fundamentados em estudos científicos de qualidade. Assim sendo, para evitar cair nas mãos de charlatães (que, repito, existem em qualquer área da Medicina), recomendo observar se o médico que se diz “ortomolecular” mantém-se atualizado, possui muitos anos de prática biomolecular bem-sucedida em consultório (procure saber sobre seus resultados com outros pacientes) e tem pós-graduação na área.
13 – O excesso de vitaminas e minerais faz mal? Claro que sim! Assim como o excesso de qualquer coisa na natureza. Até por isso, o equilíbrio não reside na falta (carência) nem na intoxicação (excesso). Da água aos medicamentos, do sedentarismo ao excesso de atividade física, da apatia ao estresse, todos já sabemos que a saúde está em encontrar o meio-termo nas várias esferas da vida e na relação com o meio ambiente.
Para concluir, tenho tanta certeza do valor da Ortomolecular (ou Biomolecular ou Oxidologia) em Medicina, em benefício da saúde, prevenção de doenças, melhoria de tratamentos e promoção da Qualidade de Vida, que desafio aqueles que “não acreditam” nela a simplesmente conhecê-la melhor antes de criticá-la ou difamá-la. Mas cuidado: o antes cético poderá, surpreendentemente, tornar-se um adepto da Ortomolecular, adotando-a em seu consultório. E, se a praticar seriamente, mantendo-se constantemente atualizado, acredito que alcançará bons resultados junto a seus pacientes.
Dr. Ícaro Alves Alcântara – médico, atuante em Homeopatia e Ortomolecular.
