ORTOMOLECULAR – Tire todas as suas dúvidas sobre

ORTOMOLECULAR – Tire todas as suas dúvidas sobre

Excelente texto do Dr. Frederico Lobo que tira todas as dúvidas sobre ORTOMOLECULAR

1 – Qual a origem da ortomolecular?

R: O prefixo “Orto” (Ortho) deriva do grego e significa “correto”, portanto, “Ortomolecular” quer dizer “molécula correta”. O termo foi criado em 1968 por Linus Pauling (1901-1994), um professor americano de química quântica e bioquímica. Esse cientista, laureado duas vezes com o Prêmio Nobel (Química em 1954 e da Paz em 1962), baseou-se inicialmente em trabalhos randomizados e duplo-cegos do psiquiatra canadense Abraham Hoffer. Hoffer conseguiu reduzir o tempo de internação de pacientes esquizofrênicos utilizando doses elevadas de vitamina B3 (3g/dia). Pauling propôs que distúrbios mentais poderiam ser tratados corrigindo desequilíbrios ou deficiências de constituintes cerebrais, como vitaminas e outros micronutrientes, oferecendo uma alternativa à administração de drogas psicoativas sintéticas. No final da década de 60, ele começou a desenvolver a Bioquímica da Nutrição e, na década de 70, expandiu o conceito Ortomolecular para a medicina em geral, definindo-o como o uso de “moléculas certas em concentrações certas”. Essa abordagem visa à prevenção e ao tratamento de doenças e à promoção da saúde, baseando-se em ações fisiológicas e enzimáticas de nutrientes específicos, como vitaminas, minerais e aminoácidos, presentes no organismo. Linus Pauling é considerado o pai da Biologia Molecular.

2 – Qual a origem da ortomolecular no Brasil?

R: No Brasil, dois principais pioneiros se destacam na medicina ortomolecular. Ambos são pesquisadores renomados e contribuíram significativamente para a popularização da Ortomolecular:

🟢 O Prof. Dr. Hélion Póvoa é um dos maiores especialistas em nutrição e bioquímica do Brasil. Ex-aluno de Linus Pauling, ele introduziu a ortomolecular no país. Membro titular da Academia Nacional de Medicina, pesquisador da Fiocruz e professor visitante de Nutrição em Harvard, possui mais de 400 trabalhos de pesquisa publicados no Brasil e no exterior, além de inúmeros livros sobre ortomolecular.

🟢 O Prof. Dr. José de Felippe Jr é outro pioneiro da ortomolecular (ou, como ele mesmo denomina, “Medicina Biomolecular”) no Brasil. Graduado pela Santa Casa de São Paulo, com doutorado em Fisiologia pela Universidade de São Paulo e PhD em Ciências, é também livre-docente de Clínica Médica e Medicina Intensiva pela Universidade do Rio de Janeiro. Além disso, é fundador e primeiro Secretário-Geral da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB).

🟢 Atualmente, outros profissionais têm contribuído significativamente para a medicina ortomolecular/biomolecular no Brasil, como os médicos cardiologistas Efrain Olszewer e Artur Lemos.

3 – A Medicina ortomolecular é uma especialidade médica?

R: Primeiramente, é importante esclarecer que não se deve utilizar o termo “medicina ortomolecular”, pois ela não é reconhecida como uma especialidade médica ou mesmo como área de atuação. O Conselho Federal de Medicina a reconhece como uma “prática médica”, conforme estabelecido pela resolução nº 1.938, de 14 de janeiro de 2010.

Esta resolução define os limites e finalidades da prática ortomolecular por médicos no Brasil, normatizando sua aplicação. O termo mais apropriado seria “estratégia ortomolecular/biomolecular” ou “prática ortomolecular/biomolecular”. Vale ressaltar que “ortomolecular” e “biomolecular” são considerados sinônimos.

4 – Existem evidências científicas de sua eficácia?

R: Atualmente, é inquestionável que os fenômenos oxidativos, como a formação de radicais livres, desempenham um papel crucial na origem de diversas patologias. Existem vários estudos que demonstram os benefícios da terapia antioxidante, embora também haja pesquisas indicando que, em certas situações, essa terapia pode ser contraindicada. Por exemplo, o Estudo CARET revelou que fumantes que consumiram betacaroteno sintético apresentaram um aumento nos problemas de saúde, incluindo câncer de pulmão, evidenciando que carotenoides sintéticos não são recomendados para tabagistas.

Portanto, é essencial que ao buscar um médico com prática em ortomolecular, este profissional possua uma sólida formação na área, como uma pós-graduação, para que possa avaliar adequadamente as vantagens, limitações e riscos da ingestão de qualquer substância que interfira na saúde.

A busca pela Ortomolecular deve visar à prevenção, ao bem-estar, à promoção de mudanças nos hábitos de vida e aos valores relacionados à saúde. Estratégias preventivas são geralmente mais eficazes do que o tratamento de problemas já estabelecidos. Claro que, em casos de patologias avançadas, como infarto do miocárdio ou câncer, as possibilidades de prevenção já foram superadas, mas ainda assim a prática ortomolecular pode oferecer muito, como orientações sobre hábitos saudáveis de vida, correção de deficiências nutricionais, suplementação orientada, entre outros.

5 – Como saber se o médico está apto a exercer a estratégia ortomolecular, considerando que a ortomolecular não é disciplina comum nos cursos de medicina no Brasil?

R: Embora ainda existam poucos cursos de ortomolecular no Brasil, a maioria são pós-graduações com duração de dois anos, destinados exclusivamente a médicos. Os principais cursos são reconhecidos pelo MEC e geralmente têm um extenso conteúdo programático.

Segundo a opinião da ASOMED, a Ortomolecular é tanto ciência quanto prática médica e deve ser exercida exclusivamente por médicos. Nutricionistas podem empregar algumas estratégias ortomoleculares, mas o diagnóstico deve ser realizado por médicos que tenham pós-graduação na área. Portanto, antes de buscar um médico atuante nesse campo, é importante verificar se ele possui pós-graduação específica, se participa de associações médicas e se mantém sua formação constantemente atualizada.

6 – Como é a consulta médica ortomolecular?

R: Uma consulta inicial ortomolecular geralmente dura no mínimo uma hora. Ela se assemelha a uma consulta médica tradicional, incluindo questionamentos sobre sinais e sintomas (anamnese), exame físico e, se necessário, solicitação de exames complementares gerais e específicos, seguidos pela prescrição do tratamento.

O diferencial da ortomolecular reside no tempo dedicado pelo médico e na abordagem mais holística dos questionamentos. Enquanto um especialista foca primordialmente em sua área (o que é correto), o médico ortomolecular busca uma perspectiva mais integrativa, considerando o paciente como um todo, o que naturalmente demanda mais tempo. Por essa razão, é raro que médicos ortomoleculares atendam por planos de saúde. Embora possam atender em outras especialidades utilizando planos de saúde e solicitar exames através deles, a consulta ortomolecular em si geralmente não é coberta pelo plano.

7 – Por que atletas e famosos procuram muito a Ortomolecular?

R: Atletas de alto nível estão constantemente em busca de métodos para melhorar sua performance e condicionamento físico, visando alcançar o melhor rendimento possível dentro dos limites fisiológicos. Em geral, eles estão muito atentos a conceitos como bem-estar e qualidade de vida, posicionando-se como a vanguarda de uma sociedade voltada para a saúde.

Os “famosos” popularizaram a chamada, embora inexistente, “Dieta ortomolecular”. Eles também costumam ser pioneiros em adotar práticas voltadas para uma sociedade mais saudável, pois estão frequentemente em contato com novas ideias relacionadas à saúde. Buscam uma medicina mais preventiva, que prioriza hábitos saudáveis de vida, terapias mais naturais e com menos efeitos colaterais.

Assim, tanto atletas quanto famosos compartilham a necessidade de mitigar o maior desgaste de seus organismos, seja por exercícios físicos intensos, seja pelo estresse. Eles encontram na ortomolecular uma maneira eficaz de corrigir esse desgaste e também de se preparar melhor para futuras sobrecargas.

8 – O tratamento ortomolecular é caro?

R: Há um estigma de que o tratamento ortomolecular é caro. No entanto, analisando tudo o que é realizado durante um tratamento ortomolecular e seus benefícios efetivos, percebe-se que a terapia, considerando a relação custo-benefício, pode ser considerada “acessível”.

O valor da consulta se justifica pelo tempo dedicado pelo médico ao paciente, geralmente com uma avaliação inicial de no mínimo uma hora (vale ressaltar que o acompanhamento do paciente ocorre em consultas de retorno, que também costumam ser extensas).

A maioria dos exames solicitados são convencionais e frequentemente cobertos pelos planos de saúde. Já o tratamento em si, por ser personalizado, pode variar em custo. Esse custo depende do paciente: quanto mais este adotar hábitos saudáveis de vida e uma alimentação equilibrada, menor será o gasto necessário.

Assim, o conceito de “caro” é relativo. Se o paciente mantém hábitos de vida inadequados e não busca uma alimentação balanceada, rica em vitaminas, minerais e boas gorduras, o custo da formulação personalizada tende a ser mais alto.

9 – O que são os radicais livres, e por que a ortomolecular visa combater a formação deles?

R: Aproximadamente 95% do oxigênio utilizado na respiração é neutralizado pela cadeia respiratória celular, sendo transformado em água ao final do seu ciclo metabólico. No entanto, os 5% restantes são convertidos em radicais livres. Estes, se não forem adequadamente eliminados ou se estiverem sendo produzidos em excesso, podem ser prejudiciais para o organismo humano, ocasionando uma condição patológica conhecida como estresse oxidativo.

O estresse oxidativo pode ser desencadeado tanto por anomalias genéticas nos órgãos de defesa quanto por fatores ambientais, tais como: tabagismo, radiação, excesso de atividade física, intoxicações metálicas, consumo de gorduras animais, frituras, carne vermelha, inflamações e infecções, abuso de álcool, além de estresse físico e mental.

Atualmente, a medicina reconhece que diversas doenças têm sua origem associada à ação dos radicais livres, incluindo câncer, aterosclerose, artrites, catarata e enfisema pulmonar. Outras doenças, como infecções graves, diabetes, mal de Parkinson, doença de Alzheimer e enfermidades neurológicas desmielinizantes (como a esclerose lateral amiotrófica), têm sua evolução agravada na presença de um excesso de radicais livres.

10 – Quais procedimentos um médico que se autointitula como praticante da estratégia ortomolecular deve estar apto a realizar?

R: Na estratégia ortomolecular/biomolecular, o médico deve estar capacitado para:

  1. Identificar quais nutrientes essenciais estão faltando ou em excesso no organismo do paciente;
  2. Diagnosticar a presença de metais tóxicos no organismo;
  3. Verificar se os sistemas endócrino, de absorção, metabolização e excreção estão funcionando dentro dos parâmetros normais;
  4. Diagnosticar intolerâncias ou alergias alimentares;
  5. Conhecer e orientar sobre hábitos saudáveis de vida para todos os seus pacientes.

11 – Quais são as formas de ação do tratamento ortomolecular?

R: O tratamento ortomolecular pode atuar de três maneiras:

1. Modo PREVENTIVO: Por meio de diagnósticos cada vez mais precoces, detectando alterações metabólicas subclínicas (antes do surgimento das doenças), o tratamento ortomolecular busca o equilíbrio global do indivíduo. Isso permite manter a saúde ou obter uma resposta mais eficaz às terapias específicas utilizadas em casos de doenças. Os exames empregados incluem exames de imagem, laboratoriais e mineralograma capilar. É importante ressaltar que técnicas como a Bioressonância (Vegatest), embora utilizadas por alguns profissionais ortomoleculares, não possuem validação científica perante a ANVISA, razão pela qual alguns ortomoleculares mais céticos optam por não usá-las.

2. Modo SISTÊMICO: Atua na avaliação diagnóstica de todos os órgãos e sistemas, analisando a inter-relação e interdependência entre eles. Inclui tratamentos nutricionais celulares, com suplementação de nutrientes indispensáveis ao organismo ou a remoção de substâncias em excesso ou tóxicas, como metais pesados.

3. Modo INTERATIVO: Foca na interação dos sistemas humanos com os sistemas ambientais. Esta abordagem reconhece que estamos inseridos em uma grande rede de interações, como homem/natureza, homem/animais, homem/alterações climáticas, homem/poluições, entre outras.

12 – Quais são as substâncias utilizadas na ortomolecular para tratar pacientes e como saber se estão em falta ou em excesso no organismo?

R: No processo de produção de energia e síntese de substâncias para manter o equilíbrio celular, o corpo sintetiza parte do substrato necessário. No entanto, cerca de 48 substâncias essenciais, que também são importantes para esse processo, não podem ser sintetizadas pelo organismo e devem ser obtidas por meio da alimentação e respiração. Essas substâncias são denominadas “Nutrientes Essenciais” e são cruciais para o funcionamento adequado das células e, consequentemente, do organismo.

Os 48 nutrientes essenciais que devem ser obtidos externamente incluem:

Aminoácidos: Histidina, Leucina, Isoleucina, Valina, Lisina, Metionina, Fenilalanina, Treonina, Triptofano.

Ácido Graxo essencial: Ácido linoleico.

Vitaminas: Tiamina (B1), Riboflavina (B2), Niacina (B3), Piridoxina (B6), Ácido fólico (B9), Cobalamina (B12), Ácido pantotênico (B5), Biotina, Ácido para-amino-benzóico (PABA), Inositol, Colina, Ácido ascórbico (C), Retinol (A), Calciferol (D), Alfa tocoferol (E), Menadiona (K).

Sais minerais: Sódio, Potássio, Cálcio, Fósforo, Magnésio, Manganês, Ferro, Cobre, Zinco, Selênio, Cromo, Iodo, Enxofre, Lítio, Boro, Flúor, Vanádio, Molibdênio, Ácido lipóico, Bioflavonoides (rutina, hesperidina, quercetina).

Outros: Água, Oxigênio.

Na terapêutica ortomolecular, diversas dessas substâncias são utilizadas. As funções das vitaminas, aminoácidos, ácidos graxos, enzimas e minerais têm sido reavaliadas graças aos estudos clínicos e descobertas da pesquisa básica. Para determinar as deficiências no organismo, uma anamnese completa (história clínica detalhada), exame físico e exames específicos são necessários. Exemplos incluem o Mineralograma (análise de fio de cabelo), que mostra os minerais essenciais utilizados no metabolismo de várias substâncias e detecta metais tóxicos, além de dosagens de metabólitos de vitaminas e ácidos graxos para diagnosticar a necessidade de reposição dessas substâncias.

13 – Quais são os principais exames utilizados na estratégia ortomolecular?

R: Os exames utilizados na ortomolecular variam conforme o médico, mas geralmente incluem:

  1. Exame clínico, compreendendo anamnese e exame físico;
  2. Exames laboratoriais, como exames de sangue (bioquímicos, hormonais, enzimáticos), além de análises de fezes e urina;
  3. Exames de imagem, incluindo Raio-X, Ultrassonografia, Tomografias e Ressonâncias Magnéticas;
  4. Mineralograma capilar.

Há também alguns exames não convencionais usados por alguns ortomoleculares, embora não sejam exclusivos da prática ortomolecular. Os principais são:

  1. EIS TECK;
  2. HLB (microscopia de campo claro e escuro, também conhecido como exame da gota de sangue colhida na hora);
  3. Biorressonância (Vegatest);
  4. Nerve Express;
  5. Termografia óptica.

14 – O que é o Mineralograma?

R: O Mineralograma é um método de dosagem de minerais em algum tecido do corpo. Especificamente, o Mineralograma capilar, também conhecido como “exame do fio de cabelo”, analisa a concentração de minerais no cabelo. Utilizado nos Estados Unidos há mais de 30 anos, esse exame é reconhecido pelo Conselho Federal de Medicina no Brasil. É um procedimento rápido, eficiente e indolor, que oferece informações valiosas sobre o estado de saúde do indivíduo, possibilitando orientações médicas mais seguras. O cabelo contém todos os minerais presentes no corpo, e o Mineralograma avalia a presença de excessos ou deficiências de oligoelementos (minerais) e de minerais pesados (tóxicos) no organismo. Esse exame é extremamente útil para identificar as necessidades específicas do corpo, indicando quais suplementos são necessários e quais devem ser evitados.

Os resultados do Mineralograma fornecem informações detalhadas sobre a condição interna do organismo. O relatório inclui:

Níveis de Minerais Nutrientes: Cálcio, Cromo, Cobalto, Cobre, Ferro, Lítio, Magnésio, Manganês, Molibdênio, Fósforo, Potássio, Selênio, Silício, Sódio, Vanádio e Zinco.

Níveis de Metais Tóxicos: Alumínio, Arsênico, Berílio, Cádmio, Chumbo, Mercúrio, Níquel.

O exame é interpretado e apresentado em um relatório personalizado, acompanhado de gráficos e explicações detalhadas sobre o próprio corpo do paciente, fornecendo respostas que, em alguns casos, podem ter sido buscadas por anos.

Esses exames estão disponíveis através de laboratórios especializados no Brasil ou podem ser enviados para laboratórios americanos.

15 – Como é realizado o Mineralograma no cabelo?

R: Para realizar o Mineralograma, o paciente deve fornecer uma amostra de seu cabelo. A amostra ideal é retirada da região da nuca ou occipital, abrangendo os fios desde a raiz até aproximadamente 3 cm de comprimento. É necessário que a amostra, com cerca de 150 mg, esteja livre de tinturas, permanentes, gel, condicionadores e quaisquer outros tratamentos químicos. O paciente deve ser orientado a se preparar para a coleta, o que pode envolver um período de semanas a meses, especialmente se ele utiliza tintas ou produtos químicos que possam influenciar os resultados do exame.

16 – Quais sintomas de doenças o Mineralograma pode indicar?

R: O Mineralograma pode ajudar a identificar sintomas relacionados a desequilíbrios minerais no corpo, como a intoxicação por mercúrio. Os sintomas de intoxicação por mercúrio incluem depressão, fadiga, tremores, síndrome do pânico, parestesias, descontrole motor, alterações na marcha, dificuldade de fala, perda de memória, declínio do desempenho sexual, estomatite, dentes soltos, dor de cabeça, anorexia em crianças, alucinações, vômitos, febre, dificuldades de mastigação, sudorese e perda do senso da dor, entre outros.

17 – Quais outros benefícios se podem obter a partir do exame Mineralograma?

R: Inúmeros são os benefícios que a avaliação através do Mineralograma pode oferecer, estando entre eles o auxílio à longevidade, onde não basta apenas alimentar-se adequadamente, mas também uma forma de retardar o envelhecimento seria a desintoxicação do organismo.

18 – Para que serve o tratamento venoso (soros) na ortomolecular?

R: Este tratamento é chamado de desintoxicação. Serve fundamentalmente para eliminar metais pesados como chumbo, alumínio e mercúrio, que podem causar uma série de problemas clínicos. Em alguns casos, utiliza-se a terapia venosa para suprir deficiências nutricionais impostas por algumas moléstias. Deve-se ter em mente que este tipo de tratamento é selecionado para casos isolados onde existe a comprovação da intoxicação e uma correlação clínica pelos referidos metais pesados e não é algo feito de rotina na prática ortomolecular; entretanto, isso varia de médico para médico. Pacientes que desejam resultados mais rápidos optam por reposição de vitaminas e sais minerais por via endovenosa.

19 – Como saber se a pessoa está produzindo mais ou menos radicais livres e como controlá-los?

R: São vários os fatores que aumentam os radicais livres, incluindo tabagismo, poluição atmosférica, do solo e da água, uso de agrotóxicos, poluição eletromagnética, sedentarismo, dietas pró-inflamatórias, estresse crônico e doenças degenerativas. A mensuração no organismo pode ser feita por vários métodos, sendo os mais comuns:

  1. Dosagem de radicais livres no sangue por quimioluminescência;
  2. Dosagem de MDA (Dialdeído malônico ou Malondialdeído) na urina: o MDA é uma substância que aumenta na reação de lipoperoxidação, ocasionada por radicais livres;
  3. Dosagem de enzimas antioxidantes, como Glutation peroxidase, Superóxido dismutase e Catalase;
  4. Dosagem de substâncias antioxidantes, como vitaminas (A, C, E, Betacaroteno, ácido fólico, B12); na verdade, são dosados os seus metabólitos e, quando estes estão baixos, subentende-se que está ocorrendo baixa ingestão ou utilização excessiva, possivelmente para neutralizar radicais livres;
  5. HLB, que é um exame feito através da análise de uma gota de sangue, extraída do paciente na consulta e avaliada com um microscópio óptico de alta resolução.

Se os níveis de radicais livres estiverem fora dos níveis fisiológicos, dependendo de cada caso, será feita a reposição dos antioxidantes necessários. Muitas vezes, inicia-se apenas com mudança de hábitos de vida e reestruturação dietética.

20 – Então quer dizer que se eu tomar vitaminas ficarei protegido de doenças e do envelhecimento precoce?

R: Não, isso é um equívoco. Antes de qualquer intervenção terapêutica, é crucial avaliar os hábitos de vida dos pacientes, incentivando a adoção e manutenção de hábitos saudáveis e corrigindo os prejudiciais. Uma avaliação nutricional é necessária para equilibrar a alimentação, junto com controle médico periódico e melhorias no estilo de vida, incluindo medidas para reduzir fatores que promovem radicais livres.

Para um envelhecimento saudável e prevenção de doenças, diversos fatores devem ser considerados, incluindo a genética. A ideia de que tomar vitaminas é o “elixir da juventude” é uma falácia, e nenhum médico deve prometer resultados a pacientes. O médico que promete resultados está agindo contra o código de ética médica, pois a medicina é um contrato de meios, não de resultados (fins).

21 – Quais pessoas podem beneficiar-se do tratamento ortomolecular?

R: Qualquer pessoa pode beneficiar-se da abordagem ortomolecular, desde aquelas que buscam prevenção até as que têm alguma patologia a ser tratada.

22 – Com que idade deve-se procurar um ortomolecular?

R: Não há idade ideal para procurar um médico especializado em medicina preventiva ou estratégia ortomolecular. Quanto mais cedo se iniciar esse acompanhamento, melhores serão os resultados, uma vez que o foco principal desse tipo de tratamento é prevenir doenças, e não apenas tratá-las após o seu surgimento.

23 – Como funciona a dieta ortomolecular?

R: Não existe uma dieta ortomolecular propriamente dita, e é um equívoco pensar que a ingestão de vitaminas por si só pode levar à perda de peso. O médico certamente enfatizará a importância da reeducação alimentar, da ingestão adequada de água e da prática regular de atividades físicas. A abordagem ortomolecular pode ser benéfica em situações que envolvem alterações laboratoriais, como hipotireoidismo, hiperinsulinismo, aumento da insulina, resistência à insulina, compulsão por certos grupos alimentares devido a alterações nos neurotransmissores, dificuldades para se exercitar devido à fadiga crônica, entre outras.

24 – Quais resultados estéticos podem ser esperados com o uso da estratégia ortomolecular?

R: Naturalmente, uma pessoa mais saudável, além de estar menos vulnerável a moléstias, apresenta como aspectos físicos mais disposição e energia, o que transparece em suas feições. É aquele “algo” que vem de dentro para fora e usualmente faz toda a diferença.

25 – E quanto às atividades físicas, são imprescindíveis na estratégia ortomolecular?

R: São indispensáveis em qualquer tratamento médico que as requeira ou permita. Os efeitos benéficos do exercício vão muito além da redução de peso: incluem proteção cardiovascular, ganho de massa muscular, sensação de bem-estar, melhoria na qualidade de vida, redução da pressão arterial e da frequência cardíaca, liberação de endorfinas, melhora na qualidade do humor, entre outros. Lembre-se de que a mudança deve ser no estilo de vida!

Estes exercícios, para os sedentários, devem ser iniciados de maneira gradual, após uma avaliação adequada, evitando-se assim riscos desnecessários.

26 – Os alimentos não são capazes de nos fornecer as vitaminas de que precisamos?

R: Não, segundo alguns especialistas. Eles argumentam que teoricamente uma dieta equilibrada poderia fornecer as quantidades mínimas de nutrientes necessárias. No entanto, na prática, isso é improvável.

Razões que justificam a suplementação:

  1. Uma alimentação bem equilibrada é desafiadora nos dias atuais. Considere as recomendações: até cinco frutas por dia, oito porções de vegetais, consumo frequente de peixes, leguminosas, cereais integrais, diferentes tipos de azeites, evitar cozinhar demais os alimentos, mastigar bem e devagar… parece difícil, não é?
  2. O solo atual não é tão rico quanto antes, afetando diretamente o valor nutricional dos alimentos. Isso se deve, principalmente, à monocultura e à falta de rotatividade do solo.
  3. O excesso de agrotóxicos, especialmente em frutas e vegetais, diminui o valor nutricional dos alimentos e é prejudicial ao nosso organismo. Há muitos estudos demonstrando os danos causados pelo consumo de produtos com agrotóxicos.
  4. O uso de antibióticos e promotores de crescimento em animais altera a composição proteica destes e está associado a uma maior quantidade de gordura em carnes bovinas devido ao confinamento.
  5. O estresse, a poluição e o estilo de vida acelerado afetam nosso organismo, prejudicando a digestão e absorção de vitaminas e minerais. Além disso, a maior produção de radicais livres exige mais antioxidantes, que devem ser combinados, já que atuam em sinergia.

Esses fatores, somados ao consumo excessivo de alimentos industrializados, podem levar a uma desnutrição subclínica e ao enfraquecimento do organismo, que não se torna evidente até o surgimento de doenças. Portanto, muitos médicos que trabalham com a estratégia ortomolecular consideram a suplementação personalizada necessária. No entanto, esta deve ser realizada por um profissional habilitado e as doses devem respeitar os limites de segurança, como o Noael (Nível de Efeito Adverso Não Observado).

27 – Vitaminas engordam?

R: Não, vitaminas não produzem calorias. O que pode acontecer é que algumas delas restaurem o apetite, mas, nesses casos, é a ingestão inadequada de outros alimentos que leva ao ganho de massa gorda.

28 – Vou ter que tomar a mesma quantidade de vitaminas pelo resto da vida?

R: Não. Inicialmente, após uma avaliação criteriosa, é comum usar uma quantidade maior de vitaminas para atender às necessidades do organismo. Depois, conforme se atinge um certo equilíbrio, inicia-se a fase de manutenção, na qual se reduz a quantidade de suplementos. Em alguns casos, muitos desses nutrientes podem ser obtidos apenas pela alimentação, como o Selênio, que pode ser adquirido com a ingestão de quatro Castanhas do Pará por dia.

29 – Se pararmos o tratamento, os problemas voltarão?

R: O tratamento pode ser descontinuado, porém os resultados obtidos podem ser progressivamente perdidos, especialmente se os hábitos de vida não forem saudáveis. Em algumas situações, os problemas podem retornar, principalmente quando o tratamento não for realizado de maneira completa e conforme orientado.

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