Em live realizada em 06/01/19 no instagram.com/DrIcaroAlves conversei com centenas sobre a “MEDICINA de Verdade – Entendendo e Resgatando a Medicina de Hipócrates”. Nessa live falei sobre a importância da medicina baseada nos ensinamentos de Hipócrates, priorizando hábitos saudáveis de vida.
Hipócrates é considerado o PAI da Medicina: tanto que todo médico, ao formar-se na faculdade, é obrigado a fazer o Juramento de Hipócrates (https://pt.wikipedia.org/wiki/Juramento_de_Hipócrates), um belíssimo conjunto de preceitos que realmente seria muito bom se todos os médicos seguissem em sua prática médica diária (é claro, adaptando as referências históricas do mesmo aos tempos atuais).
O juramento original
“Eu juro, por Apolo médico, por Esculápio, Hígia e Panacea, e tomo por testemunhas todos os deuses e todas as deusas, cumprir, segundo meu poder e minha razão, a promessa que se segue:
Estimar, tanto quanto a meus pais, aquele que me ensinou esta arte; fazer vida comum e, se necessário for, com ele partilhar meus bens; ter seus filhos por meus próprios irmãos; ensinar-lhes esta arte, se eles tiverem necessidade de aprendê-la, sem remuneração e nem compromisso escrito; fazer participar dos preceitos, das lições e de todo o resto do ensino, meus filhos, os de meu mestre e os discípulos inscritos segundo os regulamentos da profissão, porém, só a estes.
Aplicarei os regimes para o bem do doente segundo o meu poder e entendimento, nunca para causar dano ou mal a alguém.
A ninguém darei por comprazer, nem remédio mortal nem um conselho que induza a perda. Do mesmo modo não darei a nenhuma mulher uma substância abortiva.
Conservarei imaculada minha vida e minha arte.
Não praticarei a talha, mesmo sobre um calculoso confirmado; deixarei essa operação aos práticos que disso cuidam.
Em toda casa, aí entrarei para o bem dos doentes, mantendo-me longe de todo o dano voluntário e de toda a sedução, sobretudo dos prazeres do amor, com as mulheres ou com os homens livres ou escravizados.
Àquilo que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio da sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar, eu conservarei inteiramente secreto.
Se eu cumprir este juramento com fidelidade, que me seja dado gozar felizmente da vida e da minha profissão, honrado para sempre entre os homens; se eu dele me afastar ou infringir, o contrário aconteça.”
O primeiro “médico” da História foi o egípcio “Imhotep” (2650 anos antes de Cristo), mas Hipócrates é considerado “o mais importante” pelo grande conjunto de ideias, classificações e ensinamentos em Medicina que deixou. Entre eles, o mais célebre é a frase “Que seu remédio seja seu alimento, e que seu alimento seja seu remédio”, tão replicada por aí de maneira errônea ou incompleta. Vou explicar:
Por definição, remédio (ou medicamento, quase sinônimo) é todo recurso ou substância que sirva para combater, reduzir ou ajudar a curar (quando possível) sintomas, dores, doenças ou “males”. Alimento, por sua vez, é toda substância que sirva para alimentar ou nutrir, que sirva de fonte de matéria e/ou energia para que os organismos possam executar suas funções vitais. Por isso, fica claro que Hipócrates não estava falando só de “comida”!
A “raiz” da Medicina Hipocrática, portanto, à luz desta frase e do Juramento, seria melhor descrita como: que o principal em Medicina seja, como forma de prevenir e tratar, buscar antes de mais nada nutrir direito o organismo e assim otimizar seus próprios mecanismos de prevenção, auto-reparo e fortalecimento.
Só via alimentos? Não. O organismo humano precisa de vários “nutrientes” diferentes para que possa funcionar direito: as vitaminas, minerais, fibras, proteínas, gorduras e carboidratos que venham da nossa comida (e/ou suplementação), mas também, de maneira importante, oxigênio, água e energias (solar, calor e até várias que trocamos com outras pessoas e o meio que nos cerca, mas que a ciência ainda está apenas começando a entender).