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Escrito por Dr. Ícaro Alves Alcântara
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), saúde é “o estado de bem-estar físico, mental e social, na ausência de doenças ou enfermidades”. Significa dizer que, para considerar-se saudável, um indivíduo precisa estar bem não só na sua totalidade corpo-mente, mas também em equilíbrio com o meio que o circunda, sem sinais e sintomas de patologias.
Tem gente falando por aí que “MEDICINA INTEGRATIVA” é um rótulo indevido, explorado comercial e sensacionalisticamente por muitos e que, por não ser “especialidade médica reconhecida pelo CFM-AMB”, não deveria ser divulgada…
É… Acho melhor, então, avisarem o respeitado Hospital Albert Einstein disso: clique aqui
Medicina Integrativa é uma forma de trabalhar, um conceito, uma filosofia, em que o profissional de saúde envolvido vai muito além de doenças e remédios e busca, sobretudo, promover atendimento multidisciplinar e atenção INTEGRAL para o paciente (e não apenas dividi-lo em conjuntos de órgãos isolados e tratá-lo de forma segmentada), e fazê-lo realmente responsabilizar-se por sua saúde por meio da otimização dos seus hábitos saudáveis de vida, promoção de real prevenção e práticas afins. Ou seja, a medicina do futuro, realmente interessada no paciente e mais efetiva para sua saúde, clinicamente passa, necessariamente, a ser mais integrativa, e quem não deixar preconceitos de lado e não se atualizar vai ficar para trás e ainda falando impropriedades por aí.
A própria definição disposta acima deixa claro, portanto: é muito difícil estar e manter-se saudável. E ainda mais trabalhoso é recuperar a saúde quando prejudicada. Nesse mérito, além de esforço e adaptação individuais, na grande maioria das vezes torna-se necessário aconselhamento profissional, habitualmente prestado por médicos, nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas e profissionais de saúde afins.
Contudo, se saúde é um conceito holístico e integral, conforme a própria OMS estabelece, pressupõe entendimento e cuidado dos fenômenos relacionados ao indivíduo por inteiro. Ou seja, se não existe saúde “parcial”, parece simples demais e, portanto, inadequado procurar fragmentar o indivíduo em conjuntos de órgãos e sistemas com o intuito de tratá-lo. Se uma parte está em desequilíbrio, todo o ser humano está ou ficará desequilibrado e, portanto, doente.
A medicina enantiopática tradicional (“alopática”), por vezes, confunde-se entre os tantos avanços tecnológicos e a excessiva especialização de quem a pratica, ao mesmo tempo em que perdeu a noção do indivíduo como um todo. E, com isso, com alguma frequência, falha ou dá margem às iatrogenias, sintomas ou mesmo doenças advindos da prática médica equivocada. São, por exemplo, as dores de estômago causadas pela medicação anti-inflamatória, os picos de pressão sanguínea advindos dos descongestionantes nasais, a dependência provocada pelos calmantes, entre outras.
Por tudo isso, cada vez mais pessoas procuram alternativas mais abrangentes, naturais e menos agressivas na busca por sua saúde. E, entre várias opções nesse sentido, eis que surge a Medicina Integrativa.
CONCEITO
Medicina Integrativa não é uma especialidade médica reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina ou qualquer outro órgão regulamentador em saúde. Também denominada Medicina Holística, é apenas um rótulo atribuído ao conjunto de práticas em saúde que se baseia na abordagem do indivíduo como um todo. Em outras palavras, pratica Medicina Integrativa o médico (ou profissional de saúde capacitado) que:
✅ Procura analisar todos os sinais e sintomas do seu paciente, prestando atenção às possíveis relações entre eles e tratando-os, sempre que possível, em sua totalidade;
✅ Utiliza várias formas de diagnóstico, tratamento e acompanhamento em benefício do seu paciente, sejam elas naturais ou não, alopáticas ou não;
✅ Objetiva restabelecer e manter o bem-estar mental e do corpo por meio de suas práticas e orientações;
✅ Ensina e demonstra a importância da adoção de hábitos saudáveis de vida para recuperar, ter e manter saúde.
ABRANGÊNCIA
Em uma consulta de Medicina Integrativa, cada sinal ou sintoma relatado é importante, mesmo que aparentemente não o seja ou pareça sem relação com os demais. Isso porque todos são utilizados para que o profissional possa construir uma imagem completa do seu paciente e, assim, procurar tratá-lo sem deixar de lado queixas que sejam importantes. Por este motivo, as consultas costumam ter longa duração e muita participação do paciente, que fala bastante durante a mesma, buscando detalhar ao máximo seus sinais e sintomas.
Vale ressaltar que a medicina “alopática” também é utilizada, na medida do necessário. Se o caso em questão demanda, são solicitados exames, pareceres de especialistas e feitas prescrições nos moldes tradicionais. A Medicina Integrativa, portanto, visa somar esforços em benefício do paciente e de sua saúde e não competir com qualquer forma de conduta ou tratamento vigente. Na prática, complementa a medicina “alopática” (especializada e segmentada), tornando possível uma visão mais completa do indivíduo ao integrar o uso de diversas linhagens diagnósticas e terapêuticas, associadas, com o intuito de melhor servir à plena restauração e manutenção da saúde de cada paciente.
PERSPECTIVAS
Por tudo isso, a Medicina Integrativa possibilita ao indivíduo a obtenção e manutenção da saúde de forma efetiva e duradoura, sem abrir mão dos progressos da ciência e da medicina, mas tão somente ao associá-los a práticas menos utilizadas ou conhecidas em nosso meio, ainda que mais naturais, em benefício de cada paciente.
E, como se fundamenta em cuidadosamente ouvir a totalidade das queixas de cada paciente, levando todas elas em consideração no planejamento de sua abordagem e tratamento, consiste em eficaz instrumento de promoção da saúde individual.
A Medicina Integrativa é, pois, instrumento de credibilidade tão solidamente reconhecida que, destarte, é cada vez mais utilizada em todo o mundo, sobretudo em países desenvolvidos, a exemplo de Alemanha, França, Estados Unidos, Itália, entre outros.