Mergulhe no mundo da tireoide com este post informativo e abrangente. Com uma variedade de tópicos, desde hipotireoidismo e hipertireoidismo até homeopatia e iodo, este conteúdo é mais do que apenas uma fonte de informação – é uma oportunidade para aprender e expandir seu conhecimento e cuidar melhor da sua saúde.
No meu Instagram (https://www.instagram.com/DrIcaroAlves/), em junho de 2019, fiz uma série de posts que compartilho logo abaixo, em versão de texto, sobre o tema “Será que você tem problema na TIREOIDE mas não sabe?”.
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Por exemplo, um hipotireoidismo que está mal abordado, diagnosticado e/ou tratado e que pode estar causando ou agravando vários dos seus sintomas e doenças?
Para ajudar na questão, acho importante você saber e considerar:
1- A BASE para você saber o que é a TIREOIDE, esta glândula fundamental para o metabolismo de todas as células do corpo, conhecê-la melhor e obter dicas gerais para lidar melhor com a saúde dela você encontra aqui: https://icaro.med.br/curiosidadestireoide/
2- HIPOTIREOIDISMO é o distúrbio mais comum da tireoide e pode causar ou agravar tudo isto aqui (e muito mais): cansaço, retenção de líquidos (inchaço), infertilidade, constipação, memória ruim, baixa imunidade, dificuldade para emagrecer, queda de cabelos, unhas fracas…
3- MUITA gente por aí não sabe que tem hipotireoidismo (ou seja, existem muitos pacientes “sofrendo” ainda sem diagnóstico): será o SEU caso?
4- Muitas pessoas já têm o diagnóstico de hipotireoidismo mas têm seu “tratamento” baseado quase que unicamente em ajustes da dose mensal do T4 que usam (Levotiroxina = Puran ou Euthyrox ou Synthroid ou Levoid): isso constantemente falha em controlar direito e suficientemente o hipotireoidismo.
5- O diagnóstico (e acompanhamento) de hipotireoidismo não deve ser só baseado em alterações de exames: o quadro clínico detalhado sentido/informado pelo paciente é o mais importante! Sim: nem todo hipotireoidismo “aparece” nos poucos exames mais convencionalmente solicitados em consultório.
6- A maior parte dos problemas de tireoide acontece em mulheres. Sabia disto?
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https://www.instagram.com/p/BzvdwLtgzG3/?utm_source=ig_web_copy_link&igshid=MzRlODBiNWFlZA==
7 – A maioria dos sintomas relacionados ao hipotireoidismo é erradamente confundida por boa parte dos profissionais de saúde com “coisas da idade”, que o paciente “deve meramente aceitar, aprender a conviver e seguir em frente”.
8 – O hipertireoidismo frequentemente é suspeitado porque os pacientes referem um ou mais destes: taquicardia, arritmia, osteopenia/osteoporose (mais sobre em https://icaro.med.br/saudedosossos/), hiperglicemia e ansiedade (mais sobre em https://icaro.med.br/ansiedade/).
9 – O iodo é fundamental para o funcionamento adequado da tireoide, e a carência deste mineral na alimentação é algo relativamente comum.
10 – A função primária dos hormônios (https://icaro.med.br/hormonios/) da tireoide é regular, nos tecidos onde atuam, a taxa de conversão de oxigênio e calorias em energia – por isso, são fundamentais para o ajuste adequado do metabolismo.
11 – Em geral, o mais saudável é você não conseguir perceber facilmente sua tireoide ao tentar tocá-la.
12 – Ter nódulo na tireoide não significa que ele vai prejudicar sua produção hormonal.
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13 – A exposição a baixas temperaturas, em pessoas com boa saúde básica (https://icaro.med.br/saude/), pode estimular o hipotálamo, no cérebro (https://icaro.med.br/cerebro/), a produzir mais TRH, que incentiva a hipófise a produzir TSH, que estimula a tireoide a produzir principalmente o T4 que, quando convertido perifericamente em T3 (https://icaro.med.br/T3/), ajuda a manter-nos aquecidos(as), entre várias outras funções.
14 – Por este motivo, pessoas que habitualmente “sentem mais frio que as outras” podem ter algum grau de hipotireoidismo.
15 – Muitos casos de “hipotireoidismo” na verdade não são por problemas na tireoide: nessas situações, o paciente exibe sintomas de hipo, mas de fato ou não está convertendo corretamente o T4 em T3 nos tecidos ou seu T3 não está encontrando onde se encaixar corretamente para atuar (hormônios somente agem quando “encaixam” em receptores específicos – entenda em www.icaro.med.br/Hormonios).
16 – Níveis altos de cortisol, o chamado “hormônio do estresse”, reduzem os níveis de TRH, TSH, T4 e T3 – ou seja, estresse mal administrado pode causar ou agravar hipo!
17 – A tireoide precisa de iodo e do aminoácido tirosina para produzir seus hormônios.
18 – As enzimas de conversão de T4 em T3 no corpo dependem do mineral selênio (ele faz parte delas), e essa conversão também é prejudicada por outras deficiências nutricionais, drogas e intoxicações.
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19 – O T4 pode ser convertido perifericamente em T3 reverso, que é uma forma inativa de hormônio da tireoide: onde ele se encaixar, bloqueará os receptores celulares do T3 e assim o T3 do paciente não terá como agir localmente.
20- Todos produzimos diariamente quantidades variáveis de T3 reverso (T3r), mas quando elas ficam altas demais, o paciente pode até ter níveis “normais” de TSH, T4 e T3, mas tenderá a exibir sintomas de hipotireoidismo (https://icaro.med.br/hipotireoidismo/) porque o T3 não consegue atuar adequadamente.
21 – São raras as avaliações feitas por profissionais de saúde que dosam o T3 reverso ou valorizam sua importância.
22 – Vários fatores podem fazer o organismo converter mais T4 em T3 reverso do que em T3 (https://icaro.med.br/T3/) ou produzir menos T4 ou converter menos T4 em T3: maus hábitos de vida (https://icaro.med.br/12habitos/), carências nutricionais, intoxicações, deficiências hormonais (https://icaro.med.br/modulacao), entre outros.
23 – 99% dos hormônios da tireoide circulam no sangue ligados a proteínas carreadoras, mas apenas a fração “livre” é metabolicamente ativa (por exemplo, T4 e T4 livre são dosados nos exames).
24 – Quanto mais proteínas carreadoras, menor é a disponibilidade de “hormônios tireoidianos livres para agir”, o que pode ser outra causa de sintomas de hipotireoidismo. Alguns fatores que elevam os níveis de proteínas carreadoras são: uso de anticoncepcionais hormonais, gravidez e uso de produtos hormonais não-bioidênticos ou não-isomoleculares (https://icaro.med.br/hormonios/).
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25 – No hipertireoidismo, o corpo (e até as atividades mentais) sofrem com aceleração excessiva do metabolismo (velocidade e qualidade de funcionamento), podendo levar, por exemplo, à perda excessiva de peso (incluindo massa magra), taquicardia, sudorese intensa, nervosismo, ansiedade, irritabilidade, etc.
26 – Aproximadamente 1% da população sofre com hipertireoidismo, sendo que muitos nem sabem que têm; estima-se que cada vez mais pessoas desenvolvam essa condição, já que o excesso de estresse e/ou lidar mal com ele estão entre as principais causas ou agravantes do hipertireoidismo.
27 – O raro hipertireoidismo extremo é chamado de tireotoxicose e é uma emergência médica, podendo incluir febre, exaustão, hipertensão e pode ser fatal em 50% dos casos.
28 – Podem levar ao hipertireoidismo: doença de Graves (produção excessiva de anticorpos contra a própria tireoide, muitas vezes associada ao estresse excessivo sustentado), inflamações da tireoide (tireoidite) e ingestão excessiva de iodo (raro).
29 – O excesso de hormônios tireoidianos aumenta significativamente a perda do aminoácido L-carnitina pela urina, o qual é muito importante para a geração de energia, funcionamento cerebral e muscular, queima de gordura, entre outros.
30 – Os tratamentos convencionais mais comuns para o hipertireoidismo são: drogas para inibir a produção de T3, destruição/remoção da parte “hiper-reativa” da glândula e medicamentos para aliviar os sintomas (pressão alta, taquicardia, ansiedade, etc.). Pouco tem sido feito convencionalmente para investigar as causas do hipertireoidismo e tentar agir nelas.
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31 – Toda vez que a tireoide deixa de produzir hormônios suficientes (principalmente o T4), que pouco T4 é convertido em T3 nos tecidos (o hormônio ativo – www.icaro.med.br/T3) OU que o T3 não consegue agir adequadamente em seus receptores, o metabolismo cai, fica lento, insuficiente: o resultado final dessas condições é comumente chamado de hipotireoidismo (www.icaro.med.br/Hipotireoidismo), mesmo quando “o problema” não necessariamente está na própria tireoide.
32 – Os principais sintomas de hipotireoidismo são: fadiga, fraqueza, sensibilidade excessiva ao frio, constipação, ganho de peso, pele seca, queda de cabelo (www.icaro.med.br/QuedaDeCabelos), ressecamento e afinamento dos cabelos, cãibras musculares, depressão (www.icaro.med.br/Depressao), piora do funcionamento cerebral (www.icaro.med.br/SaudeCerebral).
33 – De cada 10 casos de hipotireoidismo, 9 ocorrem em mulheres.
34 – Existe o hipotireoidismo subclínico, onde o TSH está elevado, mas os níveis de T4 e T3 estão dentro da faixa “normal” (entenda este conceito em www.icaro.med.br/Exames).
35 – Quase 10% das mulheres apresentam hipotireoidismo subclínico, mas após os 60 anos de idade, esse número dobra.
36- TSH acima de 2 microUI/ml já pode indicar uma tireoide funcionando abaixo do que deveria!
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37 – Um estudo publicado no Lancet mostrou que vários níveis de TSH dentro do considerado “normal” estão associados a complicações em saúde:
- TSH > 2 microUI/ml: risco aumentado de desenvolver hipotireoidismo nos próximos 20 anos e risco aumentado de desenvolver tireoidite autoimune.
- TSH entre 2 e 4: se há colesterol elevado (comum), costuma ser controlado com a reposição de T4.
- TSH acima de 4: maior risco de doença cardíaca.
38 – Outro estudo mostra que cerca de 40% das pessoas estão tomando doses “erradas” de T4: cerca de metade ingerindo excesso e metade ingerindo subdoses.
39 – O hipotireoidismo comumente causa ou agrava as seguintes condições: problemas gastrintestinais, depressão (www.icaro.med.br/Depressao) e doenças psiquiátricas, declínio cognitivo, doença cardiovascular, pressão sanguínea aumentada (www.icaro.med.br/hipertensao), colesterol elevado (www.icaro.med.br/Colesterol) e aterosclerose, aumento dos níveis de homocisteína, aumento da proteína C reativa (marcador inflamatório), síndrome metabólica, problemas no aparelho reprodutor, fadiga e cansaço (www.icaro.med.br/Exaustao).
40- Basicamente, são exames interessantes para avaliar a tireoide de maneira mais completa: TSH, T4 e T3 (principalmente as frações livres), T3 reverso (www.icaro.med.br/T3), anticorpos (anti-TPO e anti-tireoglobulina), ecografia da tireoide (se encontrados nódulos e similares, com doppler) e medidas seriadas da temperatura basal. No entanto, é importante lembrar que nenhum destes exames, isoladamente, confirma ou exclui o diagnóstico de problemas na tireoide ou envolvendo seus hormônios (www.icaro.med.br/Hormonios).
41 – Sobre exames para avaliar a tireoide e seu funcionamento: https://icaro.med.br/exames-para-avaliacao-da-tireoide-o-que-voce-precisa-saber/
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42 – O hipotireoidismo reduz a motilidade dos músculos da parede dos intestinos, o que pode causar ou agravar a constipação (intestino preso). Também pode reduzir a motilidade do esôfago, causando dificuldade em engolir, queimação, indigestão, náuseas e até vômitos. Esses problemas digestivos podem levar ao supercrescimento bacteriano no intestino delgado, resultando em desconforto abdominal, distensão e gases/flatulência (www.icaro.med.br/SaudeIntestinal).
43 – O hipotireoidismo está frequentemente associado a transtorno do pânico (www.icaro.med.br/ansiedade), depressão (www.icaro.med.br/Depressao), transtorno bipolar e piora na cognição (desempenho cerebral – www.icaro.med.br/SaudeCerebral). Mais de 70% dos pacientes que não respondem bem aos antidepressivos têm grandes chances de apresentar funcionamento insuficiente da tireoide e/ou de seus hormônios.
43 – Pacientes com baixo funcionamento da tireoide ou de seus hormônios frequentemente experimentam diversos sintomas de piora do funcionamento mental, como pensamento lento, processamento mais lento das informações, dificuldade em lembrar nomes, etc. (www.icaro.med.br/SaudeMental). Esses sintomas podem levar a um diagnóstico errôneo de depressão. Pacientes com hipotireoidismo subclínico, por exemplo, apresentam sinais de redução da memória de trabalho e da velocidade e eficácia do processamento sensorial e cognitivo.
Tireoide e seus T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina) – Por que mal se fala do T3 no Brasil e muitos (até “consensos” por aí) até contraindicam-no?
Primeiramente, leia isto:
Eu sempre quis entender por que a maioria dos médicos, sobretudo endocrinologistas, mal fala do T3 para avaliação e tratamento de problemas da tireoide se esta nobilíssima glândula produz ambos. E quando todos sabemos que o T3 é mais de 5 vezes mais potente e ativo que o T4 no organismo… E também entender por que você consegue T3 bioidêntico manipulado ou no exterior (Armour, por exemplo) mas não no Brasil…
Conversando com uma experiente e competente farmacêutica, ELA me explicou que:
- A indústria farmacêutica não consegue “estabilizar” o T3 a ponto de fazer com que dure anos em um comprimido ou cápsula, assim tendo “prazo de validade” que obedeça ao mínimo indicado pela legislação brasileira; assim sendo, a indústria farmacêutica NÃO tem como fabricá-lo e assim lucrar com ele pela sua venda em medicamentos por ela patenteados;
- Muitos médicos são atualizados “pela indústria farmacêutica”, direta ou indiretamente: artigos entregues pelos representantes de laboratório em consultório, congressos médicos (adivinhem quem são os principais patrocinadores destes?), livros médicos (muitos “patrocinados” pela indústria citada, diretamente ou via patrocínio “dos seus autores” e suas “pesquisas”), consensos/diretrizes “oficiais” (nos bastidores, muitas vezes, quem pode estar…); ou seja, cada um assume como verdade aquilo a que tem acesso, por vias que julgue “confiáveis”…
- Se só as farmácias de manipulação (que podem lidar com prazos de validade BEM menores) podem manipular e lucrar com o T3, acha mesmo que a indústria farmacêutica iria falar bem dele? Mesmo que seja efetivamente BOM para vários casos, sobretudo quando boa parte dos pacientes com hipotireoidismo não converte adequadamente o T4 em T3 (por exemplo, comprovado em estudo de Harvard de 2009, com voluntários)?
Ou seja: o que me foi explicado é que a indústria farmacêutica (até em virtude de inúmeras evidências científicas internacionais, suficientes) sabe que o T3 seria útil em vários casos de hipotireoidismo (onde muitos pacientes podem até tomar quantidades altas de T4 mas terem pouco T3 para agir no organismo, por baixa conversão, assim persistindo sintomas de hipotireoidismo) mas que pensando apenas nos lucros com a venda do T4 age nos bastidores para que o T3 não só seja “esquecido” mas mesmo de uso contraindicado via consensos oficiais!
Acredito MESMO ser lógico e verdadeiro tudo isto; e vocês?
Agora, quando o assunto é hipotireoidismo, é importante compreender o seguinte:
- Muitas pessoas têm essa condição e não têm conhecimento dela.
- O hipotireoidismo pode causar ou agravar diversos sintomas e doenças.
- Muitos pacientes não recebem uma avaliação completa ou adequada de suas glândulas tireoides, dos hormônios que elas produzem e dos efeitos desses hormônios no corpo e na mente. Isso resulta em tratamentos insuficientes ou até mesmo equivocados em alguns casos.
- Tratar adequadamente o hipotireoidismo vai além de apenas prescrever medicamentos como Puran, Euthyrox, Synthroid ou Levoid (e similares, como a Levotiroxina Sódica) para os pacientes.
Você quer saber mais sobre esse assunto e muito mais?